domingo, 26 de outubro de 2008

E eu sem a minha máquina fotográfica...

Acabei de chegar de minha caminhada no calçadão de Copacabana. Só neste bairro que poderia acontecer o que vi. Algo singular, um momento inusitado!
Pouco mais de 20 homens, das mais variadas idades, correram e deitaram-se no chão. Formaram duas filas, sendo uma na frente da outra, onde pés se encontravam. Depois de alguns minutos sem se moverem, e de suspense para nós, começaram a fazer abdominais. Foi uma visão maravilhosa para um bela fotografia! Corpos se movendo em uma coreografia desordenada ao som da voz de um deles que fazia a contagem.
Só em Copa mesmo... E eu, sem a minha máquina fotográfica.
Ah! mais adiante, em um quiosque, um grupo tocava jazz.

Cada um


Meio penumbra, meio iluminados e envoltos por uma luz azulada! Tem início o espetáculo "Péga Rapaz". Canções que remetem o público aos anos 20 e 30 e, nós, participantes do coral, a vivenciar sonhos e realizações que pertencem ao mundo particular de cada cantante ali presente.

Estar ali, naquele momento, foi uma superação de egos, de timidez, de críticas, de vontades e de tudo que cerca o ser humano em momentos importantes. Mas, a alegria e a satisfação de cada um estava presente no espetáculo. Secretamente, sabíamos porque nos apresentávamos ali e qual é a importância de se doar para algo tão efêmero que é o Teatro.

Reger, tocar,cantar, representar, maquiar, contruir sonhos através de cenários e figurinos! Como o particular é tão precioso para o todo. Como o sonho de cada um é importante para a contrução do belo.
Aprender sempre a generosidade, a não julgar, a ver o outro melodicamente!

Cada um com seu sonho e cada um repeitando os demais.

Com vocês "Péga Rapaz"! Fotos ao lado, na apresentação de slides.

domingo, 19 de outubro de 2008

Alfajor e padaria


Em setembro, um amigo de muito tempo foi a Buenos Aires. Disse que iria presentear com alfajores seus conhecidos. Saí imaginando o que ele poderia trazer para mim, pois não gosto de alfajor e minha intimidade com ele permite tal escolha. Lembrei dos meus pães e pedi para ele fotografar uma padaria bem linda para mim.

Luis retorna e dias depois me envia as fotos do meu sonho dizendo que eu mereço uma igual. Palavras de carinho e motivação que tocam o coração e me fazem acreditar no que quero.



Deliciei-me ao ver os pães, frios,queijos, vinhos! E que loja linda!

Castelos se constroem a partir de sonhos; e sonhos se realizam com muita luta e carinho de quem nos rodeia e torce por nós.

Luis de Arruda, meu amigo de muito tempo, obrigada pelo sonho em foto!

Ah! Também ganhei um alfajor.

sábado, 18 de outubro de 2008

Falta



Uma sala pequena com, relativamente, pouca coisa; em uma semana transformada em acampamento. Um colchão, alguns colchonetes sobrepostos, duas malas no chão, com roupas saindo como quisessem se libertar da sensação de claustrofobia e a mesa, atualmente amparando meu computador por falta de uma própria para o uso deste, transformada em suporte para bolsas e outras cositas. Este foi o retrato da semana em que minha irmã e meu sobrinho chegaram à minha casa e que foram acomodados na sala; apartamento pequeno.

Por outro lado, meu coração foi acalentado, estava faltando alguma coisa em mim... (Mera coincidência, ok?) Faltava a presença da família, aquela sensação de não estar sozinha no mundo, de saber que estou ligada intimamente a pessoas que verdadeiramente são minhas, e ainda, de quebra, olhar para o maridão e ter a certeza que ele faz parte disso tudo...

Quando foram embora, restava a sensação boa de paz, porém, faltava algo na minha sala. Claro, não da bagunça que tinha sido instalada, mas do som de risadas, de conversa, de olhar mãe e filho dormindo, de apenas sentí-los ali.

Agora, não faltava algo em meu coração repleto de calor; agora faltava a presença que logo, logo irei suprir.

Amo a minha família!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Existir


Sentir paz é uma delícia! Saber que tenho muito a aprender e exercitar é um desafio. Ter a certeza no coração é ter a harmonia dentro de mim. Ter a certeza não quer dizer que sei qual será o futuro; pode ser que tenha que me reinventar mais uma vez além das inúmeras vezes que tenho feito isto na minha vida. Mas a sensação que tenho hoje é inexplicável, ou não? Sei lá... Resumo desta maneira: a vida é uma poesia e apesar das suas turbulências os momentos inebriantes existem dentro da gente. É como uma oportunidade que passa e agarramos para assim sentir o quê, em muitas vezes, não sentimos por nos ater apenas aos momentos concretos e não saber como usufruir daqueles onde o existir é apenas o que conta.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Para ti


Hoje não esta sendo um dia fácil, nem tão pouco difícil. Apenas um dia que me põe à prova. Um dia para me superar e crescer. Um dia para quebrar a casca que me protege, que me coloca em um casulo onde muitas vezes não quero sair. Um dia para me conhecer, chorar e acreditar.


O hoje coloca-me diante do horizonte onde a linha, que me separa do que quero, existe para ser ultrapassada. Então penso em você...


Hoje te quero mais que sempre; hoje sei que o colo que tanto preciso existe, não apenas para me confortar, mas para mostrar-me que a realidade deve ser encarada de frente. Tão gentil e tão real.


Hoje te amo, amanhã também. Para sempre, mesmo senão for para sempre, mas sendo...


Hoje me amo também. Hoje me supero; hoje tento olhar para dentro; hoje enxergo você no meu coração; hoje tento me enxergar também.


Te amo e me amo!

domingo, 27 de julho de 2008

Scones, divinos scones!

Hoje estou me considerando uma pessoa realizada. Atravessei uma ponte dentro de mim mesma, pouquíssimas pessoas vão entender a importância do que fiz. Sei que muitas pessoas vão me achar um tanto boba, mas nem todos me conhecem a fundo; para falar a verdade não me preocupo com isso.

Simplesmente, o que aconteceu foi que programei, durante a semana, experimentar a receita de “scones” de um blog que adorei e que me influenciou muito, La Cucinetta.
Acho que as experiências culinárias nos fazem tão bem que de vez em quando todos deveriam vivenciá-las. Sem preconceitos, preguiça ou qualquer comportamento que nos afaste da cozinha, misturar coisas, assar, fritar, ou seja lá como for, é maravilhoso!
O domingo chegou e fui fazer meus scones. Fácil e rápido. Que massa macia! Confesso que fiquei com uma pontinha de medo que não acertasse a receita testada, pois o texto era em inglês.

Resultado: Deliciosos! Textura que desmancha na boca, perfume adocicado e a sensação de realização.
Portanto escolham uma receita e sigam seus instintos. Com certeza irá dar certo; caso contrário, não desistam e repitam, que a satisfação será enorme.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A sensação é a mesma?

Estamos na era da velocidade, onde somos quase obrigados a assimilar todas as informações desse mundo globalizado. Ao mesmo tempo clamamos por um pouco de tempo, queremos profundidade nas conversações, mas o que sinto é que tudo está muito superficial.
No corre-corre da vida, vejo inúmeras pessoas em busca da paz, da felicidade, do resgate de algo pessoal e íntimo que ficou perdido em uma estrada aonde, agora, transitam seres que clamam por tempo e um pouco mais de intimidade, apesar de terem tanto medo dela.
Os e-mails nos dão a ilusão de estarmos nos comunicando; recebemos correntes e mensagens pps das pessoas das quais gostaríamos de saber pelo menos como vão passando, como se pudéssemos resgatar uma parcela mínima das antigas cartas enviadas pelo correio. Claro, não temos mais tempo para isso...
Tão próximos, porém distantes...
A superfície é a porta para o profundo. O tempo somos nós que determinamos. E aí?

sábado, 24 de maio de 2008

Oi vô, olá Aquino!

, quase não nos encontramos nesta esfera. Dos poucos momentos, recordo-me do dia em que foi ao aeroporto com tio Nelson e de uma visita que fizemos em sua casa no Lins. Mas, por outro lado coleciono momentos seus. Em minha lembrança, criada através das recordações que teus filhos relembram em uma viagem pelo tempo, vagam o teatro, o cinema e as bandas que você criou. Assim, a sua música se faz presente em mim; não qualquer música, porque nunca as ouvi, mas aquela que de algum modo pulsa em meu coração. Aquela que me diz que a arte esta dentro das minhas veias; aquela que me faz imaginar cenas em que posso me expressar; aquela que me leva pelo mundo da imaginação e desenha em cores fortes as delícias da liberdade que só a arte sabe traçar.
Hoje, orgulho-me de estar fazendo parte de um coral. De estar tentando retomar um caminho camuflado pela sobrevivência, mas que nunca foi afastado do meu coração. É Vô, não consigo sair desta rota e, desta vez levei tia Zuleide comigo. No côro tentamos liberar nossas vozes, tentamos virar passarinhos. Tentamos de algum modo te fazer presente em nossas vidas! Tentamos deixar fluir a nossa essência. Tentamos fazer arte!
Obrigada Aquino por ter iniciado este caminho.
Acordes divinos para você.

sábado, 17 de maio de 2008

Convite


Procuro em cada espaço onde transito momentos que me emocionam, que encantam meu olhar; momentos que quero capturar para o meu sempre... Para orgulhar-me do que sinto, do que olho, do que amo e acho belo! Então faço este convite para uma viagem através do meu olhar. Aponte para seu lado direito, apresentação de slides, e deitem seus olhares sobre minhas imagens. Obrigada, isto é especial para mim.

domingo, 11 de maio de 2008

Obra de arte


Faço pães. Misturo farinha, sal, água com especiarias, grãos, passas, nozes, alecrim, ervas finas, açúcar mascavo, que inundam minha cozinha com aromas indicando que esta alquimia é a certeza que a nova escolha que fiz para mim é correta.
Olho para minha obra e vejo que continuo no caminho artístico que tanto quis seguir e não consegui. Tentei dançar, atuar, desenhar... Na verdade, por medo, saí pela tangente e fui dar aulas de artes para crianças.
Percorro o caminho de volta a mim mesma e vejo que o medo, a insegurança foi companheira constante. Mas o quê passou, passou e então resolvi “futucar” meu coração e escolher uma outra paixão. Deixei para trás sonhos e acabei por perceber que sou múltipla. Que sonhos não precisam ser eternos, mas que mesmo com uma pontinha de frustração, podemos criar novas estradas para nosso coração.
Meus pães promovem a delícia das coisas boas, o aconchego da comida caseira, o prazer dos aromas que invadem espaços e despertam sentidos. E acima de tudo contribuem para me fazer perceber que posso tudo, que consigo dar a volta por cima e que os obstáculos estão aí para serem contornados.
Vejo o meu quadro e me sinto orgulhosa! Eles são obras de arte como as pinturas do meu lindo marido, Celso Mathias.

Meu presente para Julia

Mãe, dizem que hoje é o dia das mães. Acho que é porque precisavam de uma pausa, uma trégua no corre-corre diário e assim, compensar a falta de atenção para as gentilezas que já se tornaram tão corriqueiras.
Então ao perder o sono, resolvi escrever e lembrar os pequenos momentos vividos com você e que se transformaram em eternidade na minha memória. É o meu presente para Julia.
Um deles se passou na sala imensa e vazia do apartamento na 307, que foi um parque de diversões para os pequenos que aí estão, onde eu assistia televisão e observava não o quê era transmitido, mas você, com uma bacia “prateada” enorme no colo, simplesmente cortando em pequenos pedaços cebolinha, que serviria para temperar a comida que mais tarde acalantaria minha alma. Como você era a representação da paz em um gesto tão simples! Vi, também, você correr em liberdade pelo quintal na chácara da vó, com olhar brilhando de felicidade. Recordo o instante em que no fim da tarde, quase noite, fomos à praia de Copacabana com Diogo, Juliana e Nicolas que brincavam enquanto você fazia ioga; da caixa que enviou quando mudei da casa da tia Advany e encontrei meu ursinho, que hoje dorme na cabeceira da minha cama e que me trouxe tanta felicidade; do dia em que fomos às compras pelas ruas do Leblon e Ipanema e almoçamos um sanduíche mínimo em uma livraria da moda...
Os momentos são muitos e sei que até mínimos diante das brigas que tive com você durante esses quarenta anos, mas creia que meu amor é eterno. A minha admiração, diante das suas mudanças, tão sofridas às vezes, é imensa! Que sinto muitas saudades, que adoro seu nome, sua comida, seus passeios, seu centrinho lá nas “setecentas”, sua dedicação, suas risadas, seus telefonemas, sua cozinha, suas palavras, suas músicas e tudo aquilo que a felicidade de te ter como mãe me faz vivenciar.
Te amo muito e neste dia estarei com você em pensamento e alma.
Feliz dia das mães, ou seria feliz dia dos filhos que te têm como mãe? Não importa pois o meu coração esta acalantado e assim, na calmaria da noite faço uma pausa para estar perto de você e te ter comigo nesta homenagem.
Te amo muito!

domingo, 4 de maio de 2008

"Traduzir-me"



Quando resolvi fazer este blog e apresentar-me a todos que possam participar de meus momentos,veio em minha lembrança esta música. Ela ilustra o quê passo. Momento de "Traduzir-me", momento de encontrar minha essência; de tentar responder a eterna pergunta: “Quem sou eu?”.


Traduzir-se


Fagner
Composição: Ferreira Goulart



Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguem, fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira
Uma parte de mim
Almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem
Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte?
Será arte?
Será arte?