sábado, 24 de maio de 2008

Oi vô, olá Aquino!

, quase não nos encontramos nesta esfera. Dos poucos momentos, recordo-me do dia em que foi ao aeroporto com tio Nelson e de uma visita que fizemos em sua casa no Lins. Mas, por outro lado coleciono momentos seus. Em minha lembrança, criada através das recordações que teus filhos relembram em uma viagem pelo tempo, vagam o teatro, o cinema e as bandas que você criou. Assim, a sua música se faz presente em mim; não qualquer música, porque nunca as ouvi, mas aquela que de algum modo pulsa em meu coração. Aquela que me diz que a arte esta dentro das minhas veias; aquela que me faz imaginar cenas em que posso me expressar; aquela que me leva pelo mundo da imaginação e desenha em cores fortes as delícias da liberdade que só a arte sabe traçar.
Hoje, orgulho-me de estar fazendo parte de um coral. De estar tentando retomar um caminho camuflado pela sobrevivência, mas que nunca foi afastado do meu coração. É Vô, não consigo sair desta rota e, desta vez levei tia Zuleide comigo. No côro tentamos liberar nossas vozes, tentamos virar passarinhos. Tentamos de algum modo te fazer presente em nossas vidas! Tentamos deixar fluir a nossa essência. Tentamos fazer arte!
Obrigada Aquino por ter iniciado este caminho.
Acordes divinos para você.

sábado, 17 de maio de 2008

Convite


Procuro em cada espaço onde transito momentos que me emocionam, que encantam meu olhar; momentos que quero capturar para o meu sempre... Para orgulhar-me do que sinto, do que olho, do que amo e acho belo! Então faço este convite para uma viagem através do meu olhar. Aponte para seu lado direito, apresentação de slides, e deitem seus olhares sobre minhas imagens. Obrigada, isto é especial para mim.

domingo, 11 de maio de 2008

Obra de arte


Faço pães. Misturo farinha, sal, água com especiarias, grãos, passas, nozes, alecrim, ervas finas, açúcar mascavo, que inundam minha cozinha com aromas indicando que esta alquimia é a certeza que a nova escolha que fiz para mim é correta.
Olho para minha obra e vejo que continuo no caminho artístico que tanto quis seguir e não consegui. Tentei dançar, atuar, desenhar... Na verdade, por medo, saí pela tangente e fui dar aulas de artes para crianças.
Percorro o caminho de volta a mim mesma e vejo que o medo, a insegurança foi companheira constante. Mas o quê passou, passou e então resolvi “futucar” meu coração e escolher uma outra paixão. Deixei para trás sonhos e acabei por perceber que sou múltipla. Que sonhos não precisam ser eternos, mas que mesmo com uma pontinha de frustração, podemos criar novas estradas para nosso coração.
Meus pães promovem a delícia das coisas boas, o aconchego da comida caseira, o prazer dos aromas que invadem espaços e despertam sentidos. E acima de tudo contribuem para me fazer perceber que posso tudo, que consigo dar a volta por cima e que os obstáculos estão aí para serem contornados.
Vejo o meu quadro e me sinto orgulhosa! Eles são obras de arte como as pinturas do meu lindo marido, Celso Mathias.

Meu presente para Julia

Mãe, dizem que hoje é o dia das mães. Acho que é porque precisavam de uma pausa, uma trégua no corre-corre diário e assim, compensar a falta de atenção para as gentilezas que já se tornaram tão corriqueiras.
Então ao perder o sono, resolvi escrever e lembrar os pequenos momentos vividos com você e que se transformaram em eternidade na minha memória. É o meu presente para Julia.
Um deles se passou na sala imensa e vazia do apartamento na 307, que foi um parque de diversões para os pequenos que aí estão, onde eu assistia televisão e observava não o quê era transmitido, mas você, com uma bacia “prateada” enorme no colo, simplesmente cortando em pequenos pedaços cebolinha, que serviria para temperar a comida que mais tarde acalantaria minha alma. Como você era a representação da paz em um gesto tão simples! Vi, também, você correr em liberdade pelo quintal na chácara da vó, com olhar brilhando de felicidade. Recordo o instante em que no fim da tarde, quase noite, fomos à praia de Copacabana com Diogo, Juliana e Nicolas que brincavam enquanto você fazia ioga; da caixa que enviou quando mudei da casa da tia Advany e encontrei meu ursinho, que hoje dorme na cabeceira da minha cama e que me trouxe tanta felicidade; do dia em que fomos às compras pelas ruas do Leblon e Ipanema e almoçamos um sanduíche mínimo em uma livraria da moda...
Os momentos são muitos e sei que até mínimos diante das brigas que tive com você durante esses quarenta anos, mas creia que meu amor é eterno. A minha admiração, diante das suas mudanças, tão sofridas às vezes, é imensa! Que sinto muitas saudades, que adoro seu nome, sua comida, seus passeios, seu centrinho lá nas “setecentas”, sua dedicação, suas risadas, seus telefonemas, sua cozinha, suas palavras, suas músicas e tudo aquilo que a felicidade de te ter como mãe me faz vivenciar.
Te amo muito e neste dia estarei com você em pensamento e alma.
Feliz dia das mães, ou seria feliz dia dos filhos que te têm como mãe? Não importa pois o meu coração esta acalantado e assim, na calmaria da noite faço uma pausa para estar perto de você e te ter comigo nesta homenagem.
Te amo muito!

domingo, 4 de maio de 2008

"Traduzir-me"



Quando resolvi fazer este blog e apresentar-me a todos que possam participar de meus momentos,veio em minha lembrança esta música. Ela ilustra o quê passo. Momento de "Traduzir-me", momento de encontrar minha essência; de tentar responder a eterna pergunta: “Quem sou eu?”.


Traduzir-se


Fagner
Composição: Ferreira Goulart



Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguem, fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira
Uma parte de mim
Almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem
Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte?
Será arte?
Será arte?