segunda-feira, 31 de maio de 2010

Blogagem simples como um laço azul

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Gostaria que minha mesa estivesse repleta de flores. Flores de todas as cores e odores. Mas para isso é necessária a moeda. Para flores este detalhe tem que estar sobrando. E como nem sempre posso me extasiar diante de uma banca florida tenho que usar a criatividade.
Percorro cada canto de uma nécessaire como se fosse formiga atrás de açúcar. Jogo para fora retalhos de tule, linhas, agulhas, botões até que me deparo com um lacinho azul barreado com tracinhos pretos. Lembro que já o usei como gargantilha - momentos de ousadia no campo da moda. Sem devaneios meu cérebro acusa que estou diante do diferencial que pode fazer de minha mesa, na sala, especial. Pego um raminho de flores lilases que já estavam em um vaso de vidro encima da mesa e o amarro com o lacinho azul barreado com tracinhos pretos. 
Volto a trabalhar no computador com um sentimento diferente. Fiquei mais leve porque podia olhar para algo tão simples e que a cada espiada me enchia de beleza e certeza de que um detalhe pode fazer toda a diferença em uma vida.  E a moeda não se fez necessária naquele momento.


Foto: Fernanda Japiassú

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Branco - Blogagem coletiva


Tudo era somente branco. Evocava a paz, o nada, a serenidade e então, decidi pousar ali. Resolvi que seria o detalhe que faltava para que você se tornasse diferente.  E você na sua candura e pureza me aceitou sem questionamentos. Assim não precisei de mais nada, pois a minha essência pode ser aconchegada dentro do meu ser sem a necessidade de provar que eu poderia ser quem eu quisesse ser.

Foto: Fernanda Japiassú

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Blogagem coletiva - verde: A enchente






As notícias sobre tragédias no Rio e em outros lugares pelo mundo têm sido demasiadamente alarmantes. Por um lado acho muito bom pois temos que tomar consciência que não apenas o planeta, mas os seres humanos correm sérios perigos quando se olham e se portam como soberanos. Por outro é muito triste pois muitas pessoas têm seu olhar mirado apenas para o lado negativo de tudo que é noticiado.


Se me permitem, hoje quero falar do verde que nos rodeia. A "Blogagem Coletiva" nos deu sinal para isso. E aí direcionei meu olhar para a minha rua. Veja só o pedantismo, quem disse que essa rua é minha? Não, ela é de todos. Mas, resolvi expandir a minha visão e percebi que de um dos morros, que ainda não foi transformado em "comunidade", escorria uma enchente de árvores com toda a exuberância da cor da semana - verde. Vi que que toda essa beleza transpirava em harmonia e singeleza onde a vida teima em reinar. E que onde há violência, também, se faz presente a paz. Esta que vem sendo procurada fora de nós humanos. Então, alardeamos que devemos salvar o planeta e não as pessoas que habitam tal espaço. O verde conseguiu sobreviver a um meteoro...


Mas voltando a enchente na rua em que moro, ela acontece diariamente e talvez por isso algumas pessoas querem que ela termine. Toda manhã, ela respinga folhas no chão e isso dá trabalho para quem tem limpar a calçada. Aliás, é uma enchente desgrenhada com galhos disformes e não modelados como alguns jardins europeus. Mentes colonizadas que não enxergam a renda que é tecida quando da calçada olhamos por entre a folhagem. E no calor? Do jeito que estamos indo, enchentes com essa vão se fazer necessárias.


Só tenho uma coisa a acrescentar: A enchente na rua em que moro desemboca na beira da praia...